segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

É hora de indicação!


Já ouviram Palankin?

Não vou descrever muita coisa não, mas quero que vocês ouçam! 
Essa banda é boa demais!
Ouçam com atenção e com certeza essa música fará parte de suas futuras 
listas de reprodução.

Segue o link do canal da banda Palankin

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Reflexões - Evangelho estranho

"Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo". - Gálatas 1:6-7 
Assustado, é o meu estado por esses dias. Escrevi algo raso em meu facebook a algum tempo e agora quero passar com mais detalhes para este humilde blog.

Hoje, com a inclusão digital, vemos todas as pessoas, sem distinção de nível social ou escolar, com acesso a esse mundo louco da internet. Isso é maravilhoso, pois, abre formas novas de conhecimento e comunicação a todas as pessoas, porém, também é ruim, porque qualquer um que conhece um pouco de qualquer assunto já se sente o mestre supremo da verdade, Expert no assunto, doutor ou algo assim e publica algo em seus perfis de redes sociais afirmando categoricamente que aquilo é a verdade e que lhe foi mostrado uma nova revelação ou coisa assim.

Como nosso assunto predominante por aqui é Teologia, é sobre isso que vou falar agora. 
Hoje estamos vivendo um "evangelho estranho" (ou um outro evangelho como o citado por Paulo no texto de Gálatas no início do post), um evangelho que, diferente do da Bíblia, é algo fácil de se viver. Funciona mais ou menos assim: Se estou preocupado com algo, precisando de algo na minha família, trabalho ou qualquer outra área, é simples: oro "determinando minha benção" e pronto ou se estou precisando de algum recurso financeiro, é fácil: "entrego uma oferta de sacrifício a Deus" e Ele ficará obrigado a me dar o dobro, triplo ou dez vezes mais. Vemos um tipo de pensamento positivo, um jogo de palavras, uns "mantos"(essa é a nova moda para "mistério" ou "mixxtério" se preferir), umas coisas "fortes" (aquilo que faz a igreja vibrar, virando cambalhota pra trás e rodopiando algumas vezes sabe?)  e cada coisa sem base bíblica nenhuma que da até medo!

Tudo isso é decorrente de uma teologia fraca, ou seja, pessoas fracas teologicamente (digo de conhecimento bíblico sadio) passam aos membros de suas "igrejas" ensinamentos sem sentido, usando textos que fogem um pouco do seu contexto (quando não totalmente), para justificar alguns atos e costumes. Esses membros, por sua vez, vivem uma vida de "papagaio", apenas repetindo o que seus mentores dizem.

Como esse não é o Evangelho que a Bíblia nos mostra, prefiro ficar com a advertência de Paulo em Gálatas 1:8-10, que diz: 
"Mas, se alguém, mesmo que sejamos nós ou um anjo do céu, anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que temos anunciado, que seja amaldiçoado! Pois já dissemos antes e repetimos: se alguém anunciar um evangelho diferente daquele que vocês aceitaram, que essa pessoa seja amaldiçoada! Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo".

Gente, o evangelho de Cristo é simples, porém, há um grande problema nessa simplicidade. Não é algo tão fácil assim de se descobrir. É necessário algo que, para a maioria dos crentes de hoje em dia, é "letal": Ler a Bíblia!  É assim que descobrimos sua simplicidade. 
Quando deixamos de acreditar em toda "historinha" que nos contam e começamos a compreender as verdades expressas na Bíblia Sagrada abandonamos essa vida de mentira e passamos a viver o Verdadeiro Evangelho, chamado por C. S. Lewis de "Evangelho Puro e Simples".

Lembrem-se que a nossa base de fé são as Sagradas Escrituras e tudo (literalmente) tem que ser provado por esse crivo antes de ser digno de nossa fé  crença.

Essas coisas que atraem uma multidão de seguidores podem ser legais, estar na moda, causar um efeito legal, agradar o pessoal, trazer um sorriso aos rostos, massagear o ego da galera mas, se não se encontra na Bíblia Sagrada é mentira, heresia das "braba" e não deve ser usado para nada e de maneira nenhuma! Sendo mais claro como Paulo, deve ser amaldiçoado!

Deixo aqui o encorajamento de Paulo a Timóteo pouco antes de sua morte:

Eu te encorajo solenemente, na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, por ocasião da sua manifestação pessoal e mediante seu Reino: Prega a Palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e encoraja com toda paciência e sã doutrina. Porquanto, chegará o tempo em que não suportarão o santo ensino; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, reunirão mestres para si mesmos, de acordo com suas próprias vontades. Tais pessoas se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Tu, no entanto, sê equilibrado em tudo, suporta os sofrimentos, faze a obra de um evangelista e cumpre teu ministério. (2 Timóteo 4:1-5).

Que preservemos a Sã doutrina em nossos corações e ensinamentos pela graça de Deus.

#SolaScriptura

domingo, 17 de maio de 2015

Reflexões - A Loucura da Pregação

“Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.”
Francisco de Assis ao dizer essa frase, talvez não tinha ideia que, muitos anos após a sua morte, ela causaria tamanho burburinho no meio evangélico. Muita gente atribui essa frase a pastores que a usaram sem deixar os devidos créditos a uma vida cristã digna, dizendo que se vivemos a palavra de Deus, não precisaríamos falar nada, nem mesmo seria necessário que abríssemos a boca, afinal, as pessoas veriam em nossa vida a diferença e, dessa maneira, buscariam a Deus por conta.

Houve um tempo que acreditei nisso, de verdade. Vivia em meio a um misto de teologia da prosperidade com teologia sadia e pensava, por si só, que estava vivendo a verdade. Acordei pra vida quando as coisas começaram a pender para o lado do MDA, G12, encontros com Deus e várias outras práticas e coisas que deturpam e destroem a verdade de Cristo.

Após despertar e conhecer um pouco mais o Evangelho de Cristo de verdade, entendi algo simples. O Evangelho é a "boa nova" ou "Boa notícia". Sabendo disso, como passaremos a frente uma notícia se não a falarmos? #ERROR é impossível! 

A palavra de Deus nos diz que "aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação" (1 Corintios 1:21) e como poderemos pregar sem usar palavras? As pessoas precisam ouvir a verdade do do evangelho de Cristo, afinal, somente a Verdade tem o poder de libertar (Jo 8:32). Porém, é necessário que a verdade pregada seja a mesma vivida para que não haja escândalos. Paulo nos exorta a vivermos de "modo digno de Deus" (1 Tessalonicenses 2:12) e assim devemos viver.
  
Hoje, conhecendo a verdade, não uso mais a frase de efeito dita por Francisco de Assis. Se é necessário que fiquemos em frases, prefiro ficar com a de Duane Liftin para terminar esta reflexão:
É simplesmente impossível pregar o Evangelho sem palavras. O Evangelho é inerentemente verbal, e pregar o Evangelho é um comportamento inerentemente verbal
Que a verdade do Evangelho seja a nossa verdade. 
Que Deus nos abençoe nesse domingo. 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

#5Solas - Solus Christus

SOLUS CHRISTUS - Joel Beeke




A teologia reformada afirma que a Escritura e sua doutrina sobre a graça e fé enfatizam que a salvação é solus Christus, “somente por Cristo”, isto é, Cristo é o único Salvador (Atos 4:12). B.B. Warfield escreveu: “O poder salvador da fé reside, portanto, não em si mesma, mas repousa no Salvador Todo Poderoso”.
A centralidade de Cristo é o fundamento da fé protestante. Martinho Lutero disse que Jesus Cristo é o “centro e a circunferência da Bíblia” — isso significa que quem ele é e o que ele fez em sua morte e ressurreição são o conteúdo fundamental da Escritura. Ulrich Zwingli disse: “Cristo é o Cabeça de todos os crentes, os quais são o seu corpo e, sem ele, o corpo está morto”.
Sem Cristo, nada podemos fazer; nele, podemos fazer todas as coisas (João 15:5; Filipenses 4:13). Somente Cristo pode trazer salvação. Paulo deixa claro em Romanos 1-2 que, embora haja uma auto-manifestação de Deus além da sua obra salvadora em Cristo, nenhuma porção de teologia natural pode unir Deus e o homem. A união com Cristo é o único caminho da salvação.
Nós precisamos urgentemente ouvir solus Christus em nossos dias de teologia pluralista. Muitas pessoas hoje questionam a crença de que a salvação é somente pela fé em Cristo. Como Carl Braaten diz, eles “estão voltando à velha e falida forma de abordagem cristológica do século XIX, do liberalismo protestante, e chamando-a de “nova”, quando, na verdade, é pouco mais que uma “Jesusologia” superficial”. O resultado final é que, atualmente, muitas pessoas, como H.R. Niebuhr disse em sua famosa frase a respeito do liberalismo — proclamam e adoram “um  Deus sem ira, o qual trouxe homens sem pecado para um reino sem julgamento por meio de ministrações de um Cristo sem a cruz”.
Nossos antepassados reformados, aproveitando uma perspectiva que rastreia todo o caminho de volta aos escritos de Eusébio de Cesaréia, no século IV, acharam útil pensar a respeito de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. A Confissão Batista de Londres de 1689, por exemplo, coloca isso da seguinte forma: “Cristo, e somente Cristo, está apto a ser o mediador entre Deus e o homem. Ele é o profeta, sacerdote e rei da igreja de Deus” (8.9). Observemos mais detalhadamente esses três ofícios.

Cristo, o Profeta
Cristo é o Profeta que precisamos para nos instruir nas coisas de Deus, a fim de curar a nossa cegueira e ignorância. O Catecismo de Heidelberg o chama de “nosso principal Profeta e Mestre, que nos revelou totalmente o conselho secreto e a vontade de Deus a respeito da nossa redenção” (A. 31). “O Senhor, teu Deus”, Moisés declarou em Deuteronômio 18:15, “te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás”. Ele é o Filho de Deus, e Deus exige que nós o escutemos (Mateus 17:5).
Como o Profeta, Jesus é o único que pode revelar o que Deus tem planejado na história “desde a fundação do mundo”, e que pode ensinar e manifestar o real significado das “escrituras dos profetas” (o Antigo Testamento, ver Romanos 16:25-26). Podemos esperar progredir em nossa vida cristã apenas se dermos ouvidos à sua instrução e ensino.

Cristo, o Sacerdote
Cristo é também o Sacerdote—nosso extremamente necessário Sumo Sacerdote que, como diz o Catecismo de Heidelberg: “pelo sacrifício de Seu corpo, nos redimiu, e faz contínua intercessão junto ao Pai por nós” (A. 31). Nas palavras da Confissão Batista de Londres de 1689 “por causa do nosso afastamento de Deus e da imperfeição de nossos melhores serviços, precisamos de seu ofício sacerdotal para nos reconciliar com Deus e nos tornar aceitáveis por ele” (8.10).
A salvação está somente em Jesus Cristo, porque há duas condições que, não importa o quanto nos esforcemos, nunca poderemos satisfazer. No entanto, elas devem ser cumpridas se estamos para ser salvos. A primeira é satisfazer a justiça de Deus pela obediência à lei. A segunda é pagar o preço de nossos pecados. Nós não podemos cumprir nenhuma dessas condições, mas Cristo as cumpriu perfeitamente. Romanos 5:19 diz: “ por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos”. Romanos 5:10 diz: “nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho”. Não há outra maneira de entrar na presença de Deus a não ser por meio de Cristo somente.
O sacrifício de Jesus ocorreu apenas uma vez, mas ele ainda continua sendo nosso grande Sumo Sacerdote, aquele através do qual toda a oração e louvor são feitos aceitáveis a Deus. Nos lugares celestiais, ele continua sendo nosso constante Intercessor e Advogado (Romanos 8:34; 1 João 2:1). Não é de se admirar, então, que Paulo diz que a glória deve ser dada a Deus “por meio de Jesus Cristo pelos séculos dos séculos” (Romanos 16:27). O gozo de achegarmo-nos a Deus pode crescer apenas por uma confiança profunda nele como nosso sacrifício e intercessor.

Cristo, o Rei
Finalmente, Cristo é o Rei, que reina sobre todas as coisas. Ele reina sobre sua Igreja por meio de seu Espírito Santo (Atos 2:30-33). Ele soberanamente dá o arrependimento ao impenitente e concede perdão ao culpado (Atos 5:31). Cristo é “o nosso Rei eterno que nos governa por sua Palavra e Espírito, e que defende e preserva-nos no gozo da salvação que ele adquiriu para nós” (O Catecismo de Heidelberg, P&R.31). Como o Herdeiro real da nova criação, ele nos levará a um reino de eterna luz e amor.
Neste sentido, podemos concordar com João Calvino quando ele diz: “Nós podemos passar pacientemente por esta vida com sua miséria, frieza, desprezo, injúrias e outros problemas—satisfeitos com uma coisa: que o nosso Rei nunca nos deixará desamparados, mas suprirá as nossas necessidades, até que, ao terminar nossa luta, sejamos chamados para o triunfo”. Podemos crescer na vida cristã apenas se vivermos obedientemente sob o domínio de Cristo e pelo seu poder.
Se você é um filho de Deus, Cristo em seu tríplice ofício como Profeta, Sacerdote e Rei significará tudo para você. Você ama solus Christus? Você o ama em sua pessoa, ofícios, naturezas e benefícios? Ele é o seu Profeta para ensinar-lhe; o seu Sacerdote para sacrificar e interceder por você e lhe abençoar, e o seu Rei para governá-lo e guiá-lo?
Depois de uma execução empolgante da Nona Sinfonia de Beethoven, o famoso maestro italiano Arturo Toscanini disse à orquestra: “Eu não sou nada. Você não é nada. Beethoven é tudo”. Se Toscanini pode dizer isso sobre um compositor brilhante, mas que está morto, quanto mais os cristãos devem dizer o mesmo sobre o Salvador que vive, o qual, no que diz respeito à nossa salvação, é o compositor, músico e até mesmo a própria bela música.

Tese 4: Solus Christus
Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

Fontes:

quarta-feira, 6 de maio de 2015

#5Solas - Sola Fide

SOLA FIDE - J. V. Fesko




Em 1647, um grupo de pastores e teólogos reformados reunidos na Abadia de Westminster, em Londres, elaborou um conjunto de documentos que hoje conhecemos como os Padrões de Westminster, que incluem a Confissão de Fé, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo. Os teólogos procuraram sistematizar o ensino reformado a fim de criar uma igreja Reformada unificada nas Ilhas Britânicas. Na pergunta e resposta 33 do Breve Catecismo, eles resumem um dos principais pilares da tradição reformada:
O que é a justificação? Justificação é um ato da livre graça de Deus, através da qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante de si, somente pela justiça de Cristo a nós imputada e recebida pela fé somente.
Incluída nesta breve declaração está a ideia de que os pecadores são justificados sola fide - somente pela fé. Mas o que significa sola fide? Antes de mergulhar em seu significado, um pouco de contexto histórico é essencial para entender a sua importância. Uma pessoa só pode apreciar verdadeiramente uma luz brilhante contra o pano de fundo da escuridão.
Um Pano de Fundo das Trevas
Quando Martinho Lutero pregou suas Noventa e Cinco Teses na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, em 1517, demorou algum tempo para que as implicações da sua ação reverberassem ao longo da história. O fruto de seu trabalho emergiu em algumas confissões luteranas e reformadas, as quais afirmaram que os pecadores são declarados justos aos olhos de Deus, não com base em suas próprias boas obras, mas somente pela fé, somente em Cristo e pela graça de Deus somente - sola fide, solus Christus e sola gratia. A Igreja Católica Romana foi compelida a responder, e o fez no famoso Concílio de Trento, quando realizou uma série de pronunciamentos sobre a doutrina da justificação em sua sexta sessão, em 13 de janeiro de 1547.
Dentre os muitos pontos que Roma apresentou, vários deles reivindicações-chave, os principais foram: (1) que os pecadores são justificados pelo seu batismo, (2) que a justificação é pela fé em Cristo e pelas boas obras de uma pessoa, (3) que os pecadores não são justificados unicamente pela justiça imputada de Jesus Cristo, e (4) que uma pessoa pode perder sua posição de justificação. Todos esses pontos se fundem na seguinte declaração:
Se alguém disser que o pecador é justificado somente pela fé, ou seja, que não é necessária nenhuma outra forma de cooperação para que ele obtenha a graça da justificação e que, em nenhum sentido, é necessário que ele faça a preparação e seja eliminado por um movimento de sua própria vontade: seja anátema. (Canon IX)
A Igreja Católica Romana claramente condenou a sola fide - não confessou que os pecadores são justificados somente pela fé.
Uma Luz na Escuridão
Em contraste com esse pano de fundo, podemos apreciar como o Breve Catecismo define biblicamente a doutrina da justificação e explica o que é sola fide. Para Roma, os pecadores são justificados pela fé e obras. Sua doutrina da fé é introspectiva - uma pessoa deve olhar para dentro de suas próprias boas obras, a fim de ser justificado. O Breve Catecismo, por outro lado, argumenta que a fé é extrospectiva - os pecadores olham para fora de si, para a obra perfeita e completa de Cristo para a sua justificação. Mas o que, especificamente, os pecadores recebem somente pela fé?
O primeiro benefício da justificação é que Deus perdoa todos os nossos pecados passados, presentes e futuros. Os teólogos mencionam a citação que Paulo fez do Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Romanos 4:7,  Salmo 32:1). O segundo benefício da justificação é a aceitação do pecador como justo aos olhos de Deus "apenas pela justiça de Cristo imputada a nós". Ter o status de “justo” conferido a si mesmo é bastante surpreendente. Quando um juiz declara uma pessoa inocente, isso simplesmente significa que ele não é culpado de ter quebrado a lei. Mas, se um juiz declara uma pessoa justa, significa que não somente ela é inocente de violar a lei, mas também que ela cumpriu a exigência da lei. Tomemos como exemplo o roubo. Para uma pessoa ser justa nesse caso, ela deve abster-se de roubar. Mas, além disso, ela também deve proteger os bens dos outros. Ela deve atender as demandas negativas e positivas da lei contra o roubo. Por justificação, um pecador é aceito como justo, não por uma parte da lei, mas por toda a lei - cada mandamento, cada jota e til. Ele é contado como aquele que guardou todas as dimensões de toda a lei. De onde surge essa justiça?
A justiça, ou obediência, pertence a Cristo. Os teólogos citam duas passagens-chave das Escrituras para fundamentar a imputação, ou confirmação, da justiça de Cristo para o crente. Primeiro, eles citam 2 Coríntios 5:21:“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. De acordo com as Escrituras, Cristo era o Cordeiro imaculado, perfeito e sem pecado (1 Pedro 1:19; Hebreus 4:15). Ainda, Cristo carregou o pecado do seu povo - foi imputado a ele e ele o carregou. A maneira pela qual Cristo foi imputado com o nosso pecado para que ele pudesse suportar a maldição da lei (imputação) é a mesma maneira pela qual recebemos a perfeita obediência de Cristo - seu cumprimento de todas as exigências da lei. Os teólogos citam Romanos 5:19 para este efeito: “Porque, como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim, pela obediência de um só homem muitos serão constituídos justos” (versão do autor). A desobediência de Adão foi imputada a todos os que estão unidos a ele, e a obediência de Cristo, o último Adão, é imputada a todos aqueles unidos a Jesus (1 Coríntios. 15:45).
Nunca os dois devem se encontrar
Se já não estiver aparente, a visão dos teólogos de Westminster sobre a justificação é diametralmente oposta à visão da Igreja Católica Romana. Para Roma, a justificação do pecador é uma tentativa de alquimia doutrinária, tentando misturar as obras de Cristo com as do crente, a fim de produzir o ouro da justificação. A teologia reformada, por outro lado, sistematizada no Breve Catecismo Menor e refletindo o ensino das Escrituras, repousa a justificação do pecador somente sobre a obra de Cristo. O único meio pelo qual a perfeita obra de Cristo é recebida é pela fé somente - sola fide. Nós não temos outra embaixada de paz para encontrar abrigo da justa ira de Deus, a não ser na perfeita justiça e sofrimento de Cristo, e não há outra ponte entre o homem e Cristo, somente a fé.
Tese 3: Sola Fide
Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima. 


Fontes:

http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/606/Sola_Fide

http://www.monergismo.com/textos/cinco_solas/cinco_solas_reforma_erosao.htm

terça-feira, 5 de maio de 2015

#5Solas - Soli Deo Gloria

SOLI DEO GLORIA - John Piper


Usamos a frase glória de Deus com tanta frequência que ela tende a perder sua força bíblica. Mas essa glória, como o sol, não é menos ardente - e não menos benéfica - porque as pessoas a ignoram. No entanto, Deus odeia ser ignorado. “Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre”. (Salmo 50:22). Então, vamos nos concentrar novamente na glória de Deus. O que é a glória de Deus e quão importante ela é?
O que é a glória de Deus?
A glória de Deus é a santidade de Deus colocada em exposição. Isto é, o valor infinito de Deus manifestado. Perceba como Isaías muda de “santo” para “glória”: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Isaías 6:3). Quando a santidade de Deus enche a terra para que as pessoas vejam, ela chama-se glória.
O significado básico de santo é “separado do comum”. Assim sendo, a santidade de Deus é a sua infinita “separação” de tudo o que é comum. É isso que o faz ser o único infinito - como o diamante mais raro e mais perfeito do mundo - só que não existem outros deuses-diamantes. A singularidade de Deus como sendo o único Deus - Sua “Divindade” - o faz infinitamente valioso e santo.
Ao falar da glória de Deus, a Bíblia admite que este valor infinito teve sua entrada na criação. Brilhou, assim como era. A glória de Deus é o resplendor da sua santidade, a irradiação do seu valor infinito. E quando ela flui, é vista como bela e grandiosa. Ela tem tanto a qualidade de ser infinita quanto a magnitude. Desta forma, podemos definir a glória de Deus como a beleza e a grandeza da sua multiforme perfeição.
Digo “multiforme perfeição”, porque a Bíblia diz que aspectos específicos do ser de Deus contêm glória. Por exemplo, lemos sobre a “gloriosa graça” (Efésios 1:6) e “a glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:9). O próprio Deus é glorioso, pois ele é a perfeita união de todas as suas multiformes e gloriosas perfeições.
Mas esta definição deve ser qualificada. A Bíblia também fala da glória de Deus antes de ser revelada na criação. Por exemplo, Jesus orou: “e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). Portanto, quero sugerir a seguinte definição: A glória de Deus é o esplendor externo da beleza intrínseca e grandeza da sua multiforme perfeição.
Estou ciente de que palavras apontam para uma definição muito pobre. Eu substituí uma palavra inadequada-glória-por duas palavras inadequadas - beleza e grandeza. No entanto, Deus se revelou a nós em palavras como “a glória de Deus”. Portanto, elas não são palavras sem sentido.
Devemos constantemente nos lembrar de que estamos falando de uma glória que está além de qualquer comparação na criação. “A glória de Deus” é como designamos a beleza e a grandeza infinita da Pessoa que existia antes de qualquer coisa. Essa beleza e grandeza existem sem origem, sem comparação, sem analogia, sem serem julgadas por qualquer critério externo. A glória de Deus é definitiva, o padrão absolutamente original de grandeza e beleza. Toda a grandeza e beleza criadas vêm dela e aponta para ela, mas não podem reproduzi-la de forma adequada e em sua abrangência.
“A glória de Deus” é uma forma de dizer que há uma realidade objetiva e absoluta para a qual apontam todas as maravilhas, respeito, veneração, louvor, honra, elogio e adoração dos seres humanos. Nós fomos feitos para encontrar o nosso mais profundo prazer em admirar o infinitamente admirável - a glória de Deus. Essa glória não é a projeção psicológica do desejo humano insatisfeito sobre a realidade. Pelo contrário, o desejo inconsolável do ser humano é a evidência de que fomos feitos para a glória de Deus.
Quão central é a glória de Deus?
A glória de Deus é o objetivo de todas as coisas (1 Coríntios 10:31;Isaías 43:6-7). A grande missão da Igreja é declarar a glória de Deus entre as nações. “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”. (Salmo 96:1-3; Ezequiel 39:21; Isaías 66:18-19).
Qual é a nossa esperança?
Nossa máxima esperança é ver a glória de Deus. “E gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5:2). Deus irá “vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Judas 24). Ele irá “conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão” (Romanos 9:23). Jesus, em toda a sua pessoa e obra, é a encarnação e revelação máxima da glória de Deus (João 17:24; Hebreus 1:3).
Além disso, não somente veremos a glória de Deus, mas também teremos participação, em algum sentido, em sua glória. “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada” (1 Pedro 5:1). “Aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:30). A esperança que é verdadeiramente conhecida e estimada tem um efeito decisivo sobre os nossos valores, escolhas e ações hoje.
Valorizando a Glória de Deus
Conheça a glória de Deus. Estude a glória de Deus, a glória de Cristo. Estude sua alma. Conheça as glórias pelas quais você é seduzido e porque você valoriza glórias que não são a glória de Deus.
Estude a sua própria alma para saber como fazer as glórias do mundo desmoronarem como Dagom, em pedaços miseráveis, no chão dos templos do mundo (1 Samuel 5:4). Tenha fome de ver e compartilhar mais da glória de Cristo, a imagem de Deus.
Tese 5: Soli Deo Gloria
Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.

Fontes:

#5Solas - Sola Gratia

SOLA GRATIA - Guy Prentiss Waters




“Maravilhosa Graça! Quão doce o som que salvou um miserável como eu!”; “Maravilhosa graça do nosso amado Senhor, a graça que excede o nosso pecado e a nossa culpa”. “Maravilhosa graça de Jesus, maior do que todos os meus pecados, como a minha língua deveria descrevê-lo, por onde deveria começar o seu louvor?”.
Os cristãos adoram cantar sobre a graça salvadora de Deus – e com razão. João nos diz que de Jesus “todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça” (João 1:16). Muitas das cartas do Novo Testamento começam e terminam com os escritores expressando seu desejo de que a graça de Jesus estivesse com o seu povo. As últimas palavras da Bíblia são: “A graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém” (Apocalipse 22:21).
Os reformadores entenderam a importância da graça de Deus para o ensino bíblico sobre a salvação. De fato, um dos lemas que vieram a definir o ensino da Reforma era sola gratia, que é o latim para “somente pela graça”. Os cristãos são salvos somente pela graça de Deus.
Entre os protestantes, existe uma conhecida incompreensão e uma distorção do ensino da Igreja Católica Romana sobre a graça. Às vezes é dito: “Roma ensina que somos salvos pelas obras, mas os protestantes ensinam que somos salvos pela graça”. Esta declaração, mesmo sendo comum, é uma calúnia contra a Igreja Católica Romana. Roma não ensina que alguém é salvo pelas obras à parte da graça de Deus. Ela, de fato, ensina que uma pessoa é salva pela graça de Deus.
A que, então, Roma objetou no ensino dos reformadores? Onde está a linha que diferencia Roma da Reforma? Encontra-se em uma única palavra – sola (“somente”). Os reformadores sustentavam que o pecador é salvo pela graça de Deus, o seu favor imerecido, somente. Essa doutrina significa que nada que o pecador fizer pode trazer-lhe o mérito para obter a graça de Deus, e que o pecador não coopera com Deus, a fim de merecer a sua salvação. A salvação, do começo ao fim, é o dom soberano de Deus para os indignos e não merecedores. Conforme Paulo escreveu aos cristãos de Corinto que estavam inclinados a vangloriar-se: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Coríntios. 4:7). Ninguém pode estar diante de Deus e dizer: “Olhe para mim e veja o que eu fiz!” Deus não é devedor de ninguém, nem mesmo em matéria de salvação (Romanos 11:35).
Uma passagem da Escritura na qual a doutrina da salvação somente pela graça brilha é Efésios 2:1-10. Paulo escreveu aos Efésios, depois de ter ministrado entre eles por cerca de três anos (Atos 20:31). Está claro a partir do livro de Atos dos Apóstolos que Paulo dedicou-se profundamente a pregar e ensinar a Palavra de Deus para eles (19:8-10, 20:20-21).
A carta aos Efésios nos dá um vislumbre do banquete de ensino que Paulo havia colocado diante daquela igreja. No primeiro capítulo, Paulo leva-nos para os “lugares celestiais” (1:3). Ele nos mostra o plano do Pai para salvar os pecadores através da obra de seu Filho, uma obra que é aplicada e garantida pelo Espírito. Este plano é um plano generoso – o Pai “nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais” (v. 3). Acima de tudo, Paulo enfatiza como esse plano de redenção redunda em louvor da gloriosa graça de Deus (vv. 6, 12, 14).
Depois de uma pausa para agradecer a Deus e interceder pelos Efésios, Paulo aplica as realidades celestiais de 1:3-14 às nossas vidas cristãs individuais em 2:1-10. Ele destaca duas vezes o fato de que “pela graça sois salvos” (2:5, 8). Como é a graça de Deus evidente na salvação? Nós vemos a graça de Deus em evidência, Paulo diz, quando Deus faz com que o morto viva em Cristo. Para apreciar plenamente a graça de Deus, vamos considerar a partir de Efésios 2:1-10 o que significa estar “morto” e o que significa estar “vivo”.
Quem são os “mortos”? Os Efésios estão incluídos. (“Vocês estavam mortos em... delitos e pecados...”, v.1). Inclui Paulo e seus companheiros judeus. (“Nós todos vivíamos nas paixões da nossa carne”, v. 3). De fato, inclui todo homem, mulher e criança em Adão. (“[Nós] éramos por natureza filhos da ira, como o resto da humanidade”, v.3). A palavra “mortos” inclui pessoas como você e eu.
O que significa estar "morto"? Paulo aponta para três coisas nesta passagem. Primeiramente, isso significa estar sob condenação. Antes de Cristo, estávamos “mortos nos delitos e pecados nos quais [nós] uma vez andávamos”. Deus disse a Adão em Gênesis 2, que a morte é a penalidade para o pecado. Quando violamos a lei de Deus, nós somos culpados perante este Deus santo, e responderemos perante a sua justiça. Em segundo lugar, estar morto significa que estávamos debaixo do jugo. Servíamos a três mestres: o mundo (“seguir o curso deste mundo”, 2:2), a carne (“todos nós vivíamos segundo as paixões da nossa carne, realizando os desejos do corpo e da mente”, 2:3), e o Diabo (“seguindo o príncipe do poder do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”, 2:2). Em terceiro lugar, estar morto significa que estávamos sob a ira. Nós “éramos por natureza filhos da ira, como o resto da humanidade” (2:3). Estávamos justamente sujeitos ao descontentamento santo de Deus por causa do nosso pecado. Éramos assim “por natureza” - em outras palavras, nascemos nessa condição.
Muitos não aceitam esse ensinamento. Fora da igreja, muitos assumem que as pessoas são basicamente boas. Elas tendem a acreditar, pelo menos implicitamente, que se dermos às pessoas uma educação adequada, os exemplos ou leis, então eles vão seguir o caminho certo. Leis justas, exemplos nobres e educação adequada são inestimáveis, mas são impotentes para mudar um coração comprometido com sua rebelião contra Deus. Dentro da igreja, muitos já disseram e ainda dizem que as pessoas estão doentes, e até mesmo desesperadamente doentes. No entanto, ainda diz-se a esses doentes que eles têm os recursos necessários para responder e cooperar com a graça de Deus. Mas Paulo não diz que estamos doentes. Ele diz que, longe de Cristo, nós estamos mortos. Espiritualmente falando, somos cadáveres no chão, sem Jesus. Não podemos nos aproximar de Deus, assim como um cadáver não pode reunir forças para sair de seu túmulo. Assim é o quão ruim estamos quando estamos longe de Cristo.
Felizmente, Paulo não termina por aí. Começando no versículo 4, Paulo se volta de nós para Deus, do mal que fizemos para o bem que Deus está fazendo em Cristo. Ele destaca três coisas sobre a graça de Deus no resto desta passagem:
Primeiro, ele nos aponta para a obra de Deus nos versículos 5-6: “Deus nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos – e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar com ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Deus ressuscitou Cristo dentre os mortos e o fez assentar-se à sua direita (1:18-20), e ele nos fez algo incrível em nossa união com Cristo. Deus, Paulo disse, fez os mortos viverem. Isso é o que evoca a exclamação de Paulo: “Pela graça sois salvos” (2:5).
Em segundo lugar, Paulo nos aponta para a motivação de Deus. Por que Deus fez o morto reviver? Não foi por causa de nossas obras, Paulo diz no versículo 9, nem as obras que fizemos antes de nos tornarmos cristãos, nem as obras que temos feito depois que nos tornamos cristãos. Caso contrário, poderíamos ter motivo para “nos gloriar” (v. 9). Em vez disso, Paulo diz, Deus nos deu vida por causa de sua “misericórdia”, de seu “grande amor com que nos amou” (v. 4). Paulo sai do seu caminho para incutir em nós que o próprio amor e a misericórdia de Deus são a fonte da nossa salvação.
Em terceiro lugar, Paulo nos aponta para o propósito de Deus. Com que propósito Deus fez o morto reviver? Paulo diz no versículo 7, foi para que possamos colocar em exposição, tanto agora como na eternidade, as “riquezas imensuráveis ??da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”. Como podemos fazer isso? Através da exposição em nossas vidas da obra prima de nosso Criador e Redentor - fomos “criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (v. 10).
Nós somos salvos, então, sola gratia – somente pela graça de Deus. Longe de levar-nos a abraçar uma vida de libertinagem e imprudência moral, a graça de Deus no evangelho nos leva a buscarmos uma vida de consagração e santidade. Por que isso acontece? O grande compositor de hinos, Isaac Watts, capturou bem o ponto de Paulo quando escreveu em seu hino “Quando eu vejo a maravilhosa cruz”: “Se toda a criação me pertencesse, ainda assim seria um presente muito pequeno, se comparado ao amor tão incrível, tão divino, que exigiria a minha alma, a minha vida, o meu tudo”. Pense nisso da próxima vez que cantar sobre a graça de Deus.


Tese 2: Sola Gratia
Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.